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CONVOCATORIA - Centro de Investigaciones de Política Internacional

                                    
                                     Centro de Investigaciones de Política Internacional.
CONVOCATORIA
I Conferencia de Estudios Estratégicos.
Repensando un mundo en crisis y transformación”,


El Centro de Investigaciones de Política Internacional (CIPI) convoca la I Conferencia de Estudios Estratégicos “Repensando un mundo en crisis y transformación”, a realizarse del 16 al 18 de octubre de 2013, en La Habana Cuba.

Participarán en este encuentro investigadores/as, profesores/as y estudiosos, de las relaciones internacionales, la política internacional y los complejos procesos que caracterizan el mundo actual. Los ejes temáticos del evento serán:
  • La crisis actual y el probable reordenamiento del poder global: agendas, intereses y alianzas de las potencias centrales y emergentes.

  • Integración, cooperación y concertación. La nueva geografía del poder global y regional.

  • Crisis de la gobernabilidad, actores gubernamentales y no gubernamentales. Procesos contestatarios a nivel global, tendencias y perspectivas.

  • Resignificación de los recursos naturales en la geoestrategia mundial. Desarrollo y medio ambiente.

  • Seguridad y defensa, retos y perspectivas en su enfoque multidimensional. Principales tendencias de la conflictividad político-militar internacional. La carrera armamentista.

  • Situación del Derecho Internacional Humanitario. Realidades y perspectivas.
Los interesados podrán inscribirse mediante el envío, por correo electrónico, al Comité Organizador de la planilla de inscripción que se adjunta con los datos personales y un resumen de la ponencia que no exceda de 250 palabras, en inglés o español, que serán los idiomas oficiales de la Conferencia.

La presentación de cada ponencia no deberá exceder los 15 minutos independientemente de la cantidad de páginas con que cuente la misma. El Comité organizador comunicará oportunamente a los solicitantes la decisión sobre la aceptación de sus ponencias. Se solicita a los ponentes entregar la ponencia completa en el momento de la acreditación en el evento el 16 de octubre.

Los ponentes y participantes extranjeros en la I Conferencia de Estudios Estratégicos “Repensando un mundo en crisis y transformación”, deberán abonar una cuota de inscripción individual de 100.00 CUC (peso cubano convertible) mientras que en el caso de los nacionales será de 100.00 CUP. Los estudiantes que presenten la documentación correspondiente, abonarán respectivamente, 60.00 CUC ó 60.00 CUP. Dichas cuotas se harán efectivas en el momento de la acreditación.

Otros datos de interés:

La Agencia de Viajes CUBATUR Eventos ofrece diferentes opciones a los participantes en la I Conferencia de Estudios Estratégicos y garantizará las condiciones de alojamiento, transporte y otras facilidades. Para reservas y solicitudes turísticas contactar con:


Ing. Arlene Álvarez Rey. Agencia de Viajes CUBATUR Eventos.
Calle 0, No. 108, entre 1era y 3ra Miramar, La Habana, Cuba.
E-mails: eventos 1@cbtevent.cbt.tur.cu
Tel: (537) 206.9808 / 09
Fax: (537) 206. 9807
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Fonte: Nescuba

7º Encontro Continental de Solidariedade com Cuba




Nesta sétima edição irão participar mais de 350 delegações internacionais pertencentes a 29 países para ratificar solidariedade e integração continental promovidas pelo eterno comandante Hugo Chávez



De 24 a 27 de julho será realizado em Caracas, o VII Encontro Continental de Solidariedade com Cuba, que contará com a participação de 350 delegações de 29 países do mundo, segundo informou o coordenador do evento, Yhonny Garcia.

Garcia informou que sob o lema "Cuba e Venezuela aprenderam a sonhar juntas", o Encontro convocado pelo Movimento de Amizade e Solidariedade Mútua Cuba-Venezuela, pelo Partido Socialista Unido da Venezuela e as forças políticas articuladas em um grande Pólo Patriótico, servirá para ratificar a solidariedade e a integração continental promovida pelo Comandante Eterno Hugo Chávez.

"O encontro será um grande acontecimento político e cultural, onde serão demonstradas  todas as agressões e violações internacionais que é submetido o povo e o heroico governo de Cuba, por parte do governo imperialista dos EUA ", disse nesta quinta-feira o integrante do   comitê do evento, durante sua participação no programa "The Guayoyo "que transmite a rádio do Parlamento venezuelano.

Garcia enfatizou a resistência da Revolução Cubana frente às políticas do bloqueio e a agressão do governo dos EUA. Ressaltou que Cuba tem sido capaz de atender as necessidades básicas dos seus cidadãos, garantindo saúde e educação pública e gratuita, com compromisso de bem-estar social, sem dar descanso à exclusão social, apesar do "bloqueio desumano".

Adiantou que, nesse sétimo encontro, também se dará respaldo a libertação dos Cinco Heróis Cubanos e se ratificará a luta contra o terrorismo e a agressão midiática não só contra o país caribenho, mas também contra processos revolucionários e progressistas que se desenvolvem em diferentes latitudes.

Por outro lado, Garcia assinalou que já confirmaram a sua presença para este VII Encontro: Atilio Borón, vencedor do prêmio Libertador do Pensamento Crítico; Mercedes López Acea, Primeira-Secretária do Comité Provincial do Partido em Havana e Vice-Presidente do Conselho de Estado e Ministros da Cuba; Gabriela Rivadeneira, Presidente da Assembleia Nacional do Equador; Vicenta Vélez, viúva do general Alberto Caamaño; Tatsuya Yoshioka, diretor do “Bote da Paz” do Japão; Mary-Alice Waters, diretora da Editora Pantfinder (EUA, Austrália); Guevara March, filha de Ernesto Che Guevara; Rene Nuñez Téllez, Presidente da Assembléia Nacional da Nicarágua; Kenia Serrano Puig, Presidente do Instituto Cubano de Amizade com os Povos (ICAP), entre outros.

"O VII Encontro foi um acordo assinado durante o evento anterior, realizado no México em 2011, e é um reconhecimento à contribuição, à solidariedade e à integração continental promovidas pelo líder bolivariano, Hugo Chávez", afirmou.

De acordo com Yhonny Garcia, a solidariedade continental com Cuba se ativa para fortalecer e acompanhar o povo de Bolívar "em ações para garantir a irreversibilidade da Revolução Bolivariana, como forma de continuar combatendo as políticas hegemônicas".

Finamente, o também membro do Movimento de Amizade e Solidariedade Mútua Cuba-Venezuela, convidou todo o povo a participar das diferentes atividades que foram preparadas pela comissão organizadora.

Fonte: Nescuba

A blogueira cubana e o fracasso da diplomacia da desintegração


Por Beto Almeida*

O giro da blogueira cubana Yoani Sanchez pelo Brasil tem se revelado, até o momento, uma exitosa campanha de ‘over’ exposição midiática dela, numa tentativa de distorcer a gigantesca função histórica libertadora da Revolução Cubana e, também, numa fracassada operação da diplomacia da desintegração. Trata-se de uma ação geopolítica da direita para tentar impedir a crescente presença política de Cuba na América Latina e Caribe por meio de vários projetos de cooperação, mas, sobretudo, pela criação da Celca (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), da qual Cuba é hoje presidente e onde foram derrotados pelos povos da região todos os esforços da agressiva política dos EUA para isolar a ilha caribenha. Começo por reivindicar 1% do espaço midiático dado a ela, para discutir este outro ponto de vista.

Era previsível que a blogueira tivesse ampla cobertura da mídia. Esta cobertura é marcada pela repetição de uma única tese e, na proporção inversa, pela negativa em informar sobre o que é exatamente a realidade Cuba, a começar pela informação de que Cuba exerce a presidência da Celac, o que, para um país que foi bloqueado, expulso da OEA, atacado militarmente pelos EUA, impedido de ter acesso pleno ao sistema financeiro internacional, representa exatamente uma vitória de Cuba e da causa da integração latino-americana e caribenha. Obviamente, representa um fracasso de todos os países imperiais, de seus meios de comunicação e de personagens como Yoani Sanches, que, observa que seu discurso é de absoluta sintonia com os polos mais conservadores da sociedade brasileira, discurso que tem sido derrotado. O discurso dela e da mídia brasileira que o exalta, é o discurso que quer o fracasso da política externa brasileira de prioridade à integração com a América Latina.

Biotecnologia: avanço técnico-científico 

Seria muito informativo e educativo para o povo brasileiro se, na mesma proporção do oferecido à blogueira, também fosse dado espaço midiático aos cientistas cubanos para falar como um país pobre, em pouco mais de 50 anos, e sob bloqueio, conseguiu desenvolver um indústria de biotecnologia das mais avançadas do mundo, com medicamentos de eficácia comprovada e sucesso internacional como o Óleo de Schostakovsky ( para a gastrite), o complexo para combater diabetes, a vacina contra o câncer de intestino (um laboratório dos EUA tentou comprar mas foi proibido pelo governo Bush), as vacinas contra a meningite, etc. Antes da Revolução, Cuba sequer possuía indústria farmacêutica, hoje exporta medicamentos, ciência, e médicos.

Países imperiais exportam soldados, armas, intervenções militares. Esta mesma mídia brasileira que é sócia da SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa, apoiadora de todas as ditaduras da região), também fez um grande estardalhaço para tentar impedir que o Brasil reatasse relações com Cuba em 1986, sob o Governo Sarney. Na época, o Brasil teve um surto de meningite e esta mesma mídia, que fez uma acirrada campanha para que o Brasil não comprasse as vacinas cubanas contra a meningite. Uma operação econômica e ideológica.

No primeiro caso, o Brasil tinha e ainda tem o seu setor de medicamentos quase totalmente controlado e ocupado por umas poucas multinacionais farmacêuticas, grandes anunciantes desta mídia, ambos lutando para não perder o controle do mercado para as vacinas cubanas, que o governo Sarney acabou importando em grande quantidade, apesar da pressão dos oligopólios. E era também uma operação ideológica, com a intenção de dizer que era impossível que uma ilha pequenina, cercada de hostilidades imperiais por todos os lados, pudesse, com poucos anos de socialização de sua economia, ter alcançado tal êxito técnico-científico, a ponto de transformar-se em exportadora de sofisticados medicamentos, enquanto o Brasil, uma economia muitas vezes superior, era ainda dependente de sua importação.

Sarney e as vacinas cubanas 

A ruidosa campanha contra as vacinas cubanas na época – questionando até sua eficácia apesar dos reconhecimentos da Organização Mundial da Saúde - era uma desumana tentativa de intimidar o governo Sarney que, não apenas reatou com Cuba, mas começou a realizar um processo de intercâmbio comercial, científico e cultural com a Ilha. Vale lembrar, o ministro da Cultura de Sarney era o inesquecível Celso Furtado... O discurso da mídia então, submisso aos ditames imperiais, queria também impedir a criação do Mercosul, cujo fortalecimento posterior e sua consolidação hoje, é algo que desagrada enormemente aos inimigos da integração, pois é evidente que um Mercosul cada vez mais forte e amplo, com a entrada da Venezuela e, proximamente, da Bolívia e do Equador, representa uma alternativa histórica real aos “Cem Anos de Solidão” de uma América Latina antes submissa e desunida e, agora, em processo de transformação , com governos populares e com uma cooperação cada vez maior com Cuba. Estamos abrindo as páginas dos Cem Anos de Cooperação...

Desintegração e fracasso histórico

A este processo de integração crescente se dirige a passagem da blogueira por aqui e deste ponto de vista, revela-se um enorme fracasso Ela se auto classificou como diplomata popular, mas é fácil perceber tratar-se de uma diplomata da desintegração. O pano de fundo, o que ela e seus patrocinadores visam, é obstaculizar a causa maior de nossas mais importantes lideranças históricas, a começar por Simon Bolívar, José Marti, Tiradentes, Abreu e Lima, Perón, Getúlio Vargas, Che Guevara, hoje continuados, concretamente, pelas políticas de integração implementadas pelos governos de Lula-Dilma, Fidel-Raul, Hugo Chávez, Evo Morales, Pepe Mujica, Nestor e Cristina Kirchner, Daniel Ortega e o recém reeleito Rafael Correa.

Dalai Lama

Personagens como Yoani Sanches são criados em determinados momentos, recebem as condições materiais e financeiras de circulação, publicidade e exaltação, mas produzem, concretamente, poucos resultados práticos. Citemos outro personagem fabricado para uma operação similar contra a Revolução Chinesa: Dalai Lama. Sustentado por anos e anos pelo Departamento de Estado dos EUA, que além do salário, do apartamento onde vive perto do Central Park de Nova York, e de uma jorrante publicação de seus livros, Dalai Lama revela-se um retumbante fracasso. Antes da Revolução Chinesa, o Tibet era um regime feudal e escravocrata. O Brasil não foi o último país a abolir a escravidão, foi o Tibet, e por meio de uma revolução dirigida por Mao-Tse Tung e o Partido Comunista. Antes da vitória socialista, em 1949, a China era conhecida pela espantosa fome que levava milhões à morte a cada ano.

Além disso, havia todo tipo de doenças evitáveis, o povo sequer conhecia médicos. E era possível, nas feiras, comprar animais e mulheres como servas, já que não existiam direitos trabalhistas. Hoje, apesar das inúmeras giras de Dalai Lama pelo mundo, a China é conhecida por lançar uma nave tripulada ao espaço sideral, por ser a economia que mais cresce no mundo, que mais fabrica computadores e turbinas de energia solar, que lança satélites em parcerias com a Venezuela e o Brasil, que legalizou e socializou a acupuntura (antes de Mao era proibida) e que, em parceria com a Rússia e o Iran, está travando os planos da Otan de invadir e esquartejar a Síria. O que se houve falar de Dalai? A notícia mais recente é que ele estaria disposto a dialogar com as autoridades chinesas, contrariando seus patrocinadores. Vai ter que mudar-se do Central Park...

Cuba inclusiva?
A blogueira falou em Brasília que quer uma Cuba mais inclusiva e plural. Se examinarmos a realidade cubana, especialmente as estatísticas elaboradas ou reconhecidas por instituições internacionais como a Organização Mundial da Saúde, a Unesco, a Unicef, a Organizaçao Panamericana de Saúde e se a mídia comercial, que tanta exalta a Yoanis, desse ao povo brasileiro o direito de conhecê-las, ficaria claro que é difícil apontar uma sociedade tão inclusiva como a cubana. Há começar porque não existem crianças vagando pelas ruas, crianças fora da escola, crianças pedindo esmolas, nem crianças trabalhando.

A taxa de mortalidade infantil é INFERIOR àquela registrada nos EUA, onde, aliás, o trabalho infantil está em elevação, o que se agravou enormemente com o desemprego e a crise capitalista por lá, onde só os banqueiros e a indústria bélica foram salvos, como revela o Occupy Wall Street.

Não há um único hospital privado em Cuba, todo o atendimento é gratuito. Isto não é inclusão? Inclusive para os bombeiros e sobreviventes dos EUA que trabalharam nas operações de resgate de corpos dos escombros das Torres Gêmeas, demolidas providencialmente pelos autoatentados de 11 de setembro de 2001. Estes bombeiros e sobreviventes, cidadãos norte-americanos, foram levados a Cuba pelo cineasta Michel Moore, pois não tinham planos de saúde nem tratamento médico nos EUA, onde haviam sido condecorados com heróis. Em Cuba, foram atendidos gratuitamente nos hospitais mais avançados, os mesmo que já trataram, depois da eleição de Chávez, 43 mil cidadãos venezuelanos. Se a blogueira tivesse visitado hospitais no Entorno de Brasília, teria uma ideia concreta do que é realmente a falta de inclusão.

Aliás, se o povo brasileiro pudesse ser informado, massivamente - digamos que 10 % do que a TV Globo mostra de baixarias do Big Brother, onde há z até edificantes concursos de pum - sobre um único relatório da UNICEF em que se afirma que “Existem 200 milhões de crianças desnutridas no mundo hoje. Nenhuma delas é cubana!”, entenderia mais claramente os absurdos ditos por esta personagem.

Bloqueio
Houve um tempo em que os opositores de Cuba, inclusive a blogueira, diziam que o bloqueio dos EUA era apenas uma desculpa de Fidel para desviar a atenção dos problemas internos. Agora, quando o bloqueio recebe múltiplas condenações na ONU, sendo defendido apenas pelos EUA, e por razões óbvias de subordinação pelo Canadá, Israel e um ilha desconhecida do Pacífico, sendo criticado até mesmo pelo New York Times e pela Revista Forbes, a blogueira foi orientada a mudar o discurso e admite ser contrária a esta escandalosa violação dos direitos humanos do povo Cuba por parte da Casa Branca, proibindo à ilha uma simples operação comercial para a compra de aspirinas no mercado norte-americano.

Aliás, ela disse também ser a favor da libertação dos 5 heróis cubanos prisioneiros políticos nos EUA, por trabalharem na prevenção dr atentados terroristas organizados em território da pátria de Jack London. Alertado por Fidel Castro, em carta entregue pelo genial Gabriel Garcia Marques, o presidente Bill Clinton, ao invés de fazer uso das informações para evitar atentados terroristas que estavam e organização, como os de Oklahoma ou os de 11 de setembro de 2001, preferiu prender os cinco cidadãos cubanos.

Aliás, agora que até a blogueira já fala o fim do bloqueio, dando razão ao governo de Cuba, e também a Lula e Dilma que sempre se pronunciam em defesa da posição do governo cubano, vale comparar a situação vivida por Yoani Sanchez - que não está presa, comunica-se com o mundo inteiro a partir de Cuba ou fora dela, viajando por mais de 12 países para criticar a Revolução Cubana - com a situação do soldado norte-americano Bradley Manning, preso e torturado em prisão militar dos EUA, por ter revelado ao mundo, corajosa e generosamente, com a ajuda do Wikileaks, os documentos sigilosos contendo os planos mais sinistros do imperialismo para atacar e desestabilizar vários> países e governos ao redor do mundo. Ou comparar com a situação de Mumia Abu Jamal, jornalista e militante negro, preso no Corredor da Morte, condenado injustamente por um juiz racista que coleciona sentenças de pena de morte especialmente para negros, asiáticos, hispânicos e pobres que vivem por lá. O “delito” de Abu Jamal é escrever com coragem e talento sobre o regime discricionário vigente nos EUA, onde, há pouco, foi proibida a sintonia por satélite de canais de TV do Irã, desmascarando-se, assim, o falso discurso da liberdade de expressão reivindicado pela Casa Branca. Bom, eles já haviam proibido o ingresso de Charles Chaplin por lá...

Medicina e humanismo
Tive a oportunidade de visitar a Escola Latino Americana de Medicina (ELAM), instalada numa antiga base naval desativada próximo a Havana e lá conversei com representantes dos mais de 500 estudantes negros estadunidenses, oriundos dos bairros pobres do Harlen ou do Brooklin. Eles me contaram que jamais teriam a oportunidade de se formarem em medicina nos EUA, sendo muito mais provável, pelas condições precárias de vida que tinham lá, que fossem recrutados pelo narcotráfico e terminassem presos. Aliás, os EUA possuem a maior população carcerária do mundo... Em Cuba, estes jovens estão estudando, gratuitamente, para serem médicos.

Compartilhar o que tem, não o que sobra
Ante aos agressivos ataques do Pentágono e da CIA contra a Revolução Cubana, esta se defende, legitimamente, mas também reage com humanismo, oferecendo aos filhos pobres da pátria de Lincoln a possibilidade de escapar da criminalidade e servirem socialmente ao povo norte-americano, a quem se respeita em Cuba, a ponto que jamais se queimou uma bandeira dos EUA em território cubano. Enquanto a Casa Branca envia terroristas e guerra bacteriológica contra Cuba - como denunciou um ex-ministro da saúde dos EUA - Cuba envia médicos formados para o povo norte-americano! É a este país, que reparte seus modestos recursos orçamentários com outros povos, que a blogueira afirma não ser inclusivo?

Vale lembrar o desastre do Furacão Katrina: enquanto a população negra e pobre estava abandonada em Nova Orleans pelo governo de Bush, Cuba ofereceu o envio imediato de 1200 médicos para salvar vidas ali. Eles ficaram toda uma manhã posicionados no aeroporto de Havana esperando autorização da Casa Branca para embarcarem para os EUA. A autorização nunca veio. E a blogueira, que reivindica uma Cuba inclusiva, não toca no tema.

Cuba plural?
Houve um ano, 1984, em que a Unesco reconheceu ter Cuba batido um recorde na publicação de livros, que lá são vendidos a preços de um picolé ou menos. Foram 480 milhões de exemplares publicados naquele ano. Entre estas obras há Guimarães Rosa, com tiragem superior a 150 mil exemplares, quando no Brasil, com um indústria gráfica 50% ociosa, a tiragem padrão é de apenas 3 mil exemplares. Em Cuba há mais pleno acesso à literatura universal, ao cinema internacional, o cinema é uma atividade popular, com ingressos baratos e salas cheias. Já foi produzida em Cuba uma rádio-novela sobre a Coluna Prestes, quando aqui ainda não há sequer projetos para uma grande produção cinematográfica sobre o tema.

Como seria educativo se a presidenta do Instituto do Livro Cubano, Zuleika Romay, uma mulher negra e jovem, pudesse ter 5% do espaço televisivo que foi dado à blogueira para desprestigiar a Cuba, inclusive quando afirmou que concordaria com hospitais e escolas privadas na Ilha, o que revela seu pensamento nada inclusivo, já que serviços privados só são acessíveis a quem paga, e na Cuba atacada pela mídia conservadora, a educação e a saúde são públicas e gratuitas. Milton Nascimento, numa turnê pela Ilha, sentiu-se mal e foi atendido por médicos em seu hotel. Ao final, quis pagar, recebendo como resposta que em Cuba saúde é um direito de todos e que isto não se vende.

Cuba, Brasil e Haiti
Quando a tragédia do terremoto assolou o Haiti - um geólogo cubano havia alertado anos antes que eram altíssimas as probabilidades de um terremoto com epicentro cerca de Porto Príncipe - os médicos cubanos já eram responsáveis há anos, praticamente, pelo o que havia restado de serviço de saúde ali ante tanta miséria construída pelos países imperiais que dão sustentação à blogueira. O Brasil também estava lá, com o maior número de soldados, que também realizam obras de infraestrutura. Mas, a partir do terremoto Brasil e Cuba passaram a colaborar mais centradamente na área da saúde, e, com um financiamento de 80 milhões de dólares do governo brasileiro, foram construídas instalações de saúde para o povo haitiano, no qual trabalham as centenas de cubanos que já estavam lá há anos, juntamente com médicos militares brasileiros. Como parte desta cooperação, além da saúde, o Batalhão de Engenharia do Exército está construindo a única hidrelétrica por lá, além de rodovias e pontes.

Impublicável: cooperação sul-sul-sul
Em 2006, a Organização Mundial da Saúde, lançou um SOS Internacional: precisava de produção massiva, a preços baixos, de vacina contra meningite A e C para entregar a 23 países da África, onde vivem 430 milhões de seres humanos. Só uma empresa transnacional fabricava estas vacinas, mas devido à baixa lucratividade, reduziu sua fabricação colocando a África sob o risco de emergência sanitária. Só dois laboratórios públicos atenderam ao chamado da OMS: Instituto Finlay de Cuba e o Instituto Bio-Manguinhos do Brasil. Os dois se associaram para a criação da vacina Vax-MEN-AC, específica para os tipos de meningite que afetam a África. A cooperação Brasil-Cuba permitiu um preço 20 vezes menor do praticado pela transnacional e já foram produzidas e entregues 19 milhões d doses.

Esta é uma notícia impublicável nos grandes meios que abrem todo espaço à blogueira e que hiper divulgam as ações financiadas pela Fundação do Multibilionário Bill Gates, de impacto mínimo, conduzidas por operações de marketing de empresas privadas, aquelas que não se interessaram em atender ao apelo da OMS. Brasil e Cuba, com governos de orientação de esquerda, por meio de laboratórios públicos, fazem mais contra a meningite na África que as transnacionais e a fortuna de Bill Gates. A blogueira não fala nada disso no seu blog, nem nas suas entrevistas, mas pede uma Cuba mais inclusiva e plural.

Cuba, Brasil e Timor Leste
Em visita de trabalho ao Timor Leste, onde a TV Cidade Livre de Brasília e o Comitê de Brasiliense de Solidariedade ao Timor doaram os equipamentos de uma rádio comunitária às organizações educacionais locais, pude visitar, também, o alojamento de 400 médicos cubanos que lá trabalham em solidariedade ao povo maubere. Comentei a visita com o Presidente da República, Ramos-Horta, Prêmio Nobel da Paz, que recebia o Presidente Lula. Ele me contou que ter sido pressionado pelo Embaixador dos EUA lá a não receber os médicos de Cuba, oportunidade em que perguntou ao gringo: “Quantos médicos norte-americanos temos aqui?”. “Só um, o da embaixada!”, respondeu. “Pois então o povo do Timor é muito grato a Cuba e vai sim receber os médicos cubanos”, disse-lhe Horta.

O pensamento da blogueira é bastante sintonizado com o do embaixador gringo e certamente não considera inclusivo que na cooperação Brasil e Cuba, os 600 estudantes timorenses que serão formados em medicina na Ilha brevemente, antes de voltar ao Timor, façam estágio na Fundação Oswaldo Cruz, no Brasil, na área de medicina tropical.

Como se sabe, a cooperação não fica por aí. O Brasil está estudando a contratação de um numeroso contingente de médicos cubanos para, finalmente, levar serviços médicos a todos os municípios brasileiros, o que ainda não ocorre. Isso sem falar dos cerca 800 brasileiros, em sua maioria pobre, inclusive, uma centena de jovens do MST, que lá estão estudando medicina. Gratuitamente, pois Cuba, desde o início de sua Revolução, compartilha não apenas o que lhe sobra, mas o que tem com outros povos.

Complexo de Mariel: integração para todos crescerem. Não é casual que a blogueira tenha iniciado sua gira pelo Brasil, país que tem participação decisiva no mais importante projeto de infraestrutura em construção em Cuba hoje, o Complexo de Mariel. Será o maior porto de todo o Caribe, dinamizando a economia de toda a região, além contar com uma ferrovia, uma rodovia e uma mineradora. Os empréstimos do BNDES são da ordem de 1,2 bilhão de dólares. Desnecessário afirmar que, na prática significa, também, furar o bloqueio dos EUA contra Cuba, indicando apurada visão estratégica de Lula, e, além disso, uma ideia clara do que significa uma integração para que todos os países possam crescer juntos, reduzindo asassimetrias e comprovando a política de que só por meio da integração da América Latina e Caribe é possível constituir uma área alternativa de crescimento com distribuição de renda. A blogueira está na contramão deste projeto e é por isso que foi tratada como um troféu pela mídia oposicionista - e por seus seguidores - que tem visto este projeto ser derrotado nas urnas repetidas vezes, como recentemente no Equador, na Venezuela e na Bolívia, que recém nacionalizou os serviços portuários ante a negativa de investimentos de transnacionais espanholas.

Mandela: devemos o fim do apartheid a Cuba
Foram ouvidos muitos disparates durante a gira da blogueira no Brasil. Algumas manifestações normais e democráticas de jovens e estudantes contra sua presença foram tratadas como se fossem violentas. Nenhum país é mais criticado no fluxo informativo internacional do que Cuba. Mas, o problema não são as críticas, elas são permitidas até à própria blogueira. A questão é a violência com que foi tratada a Revolução Cubana desde o início, sendo obrigada a pagar um preço amargo, com muitas vidas ceifadas em atentados terroristas como o que derrubou o Avião da Cubana de Aviación, sendo seus autores confessos protegidos pelos governos dos EUA.

Mas, entre todos os disparates, o mais surpreendente foi contorcionismo analítico de um editorialista do Estadão que chegou a fazer uma comparação, meio envergonhada é bem verdade, de Yoani Sanchez com Nelson Mandela. Diante do nível desta tentativa absurda de analogia, uma resposta grande com uma página da História. Cuba enviou cerca de 350 mil homens em mulheres para lutar em Angola em defesa da independência do país, invadido pelo exército racista da África do Sul, contando com o apoio dos EUA e com a oferta de Israel para que fosse atirada uma bomba nuclear sobre as tropas cubano-angolanas. A solidariedade cubana escreveu uma página inapagável na história moderna: Cuba foi o único povo a pegar em armas para lutar contra o apartheid, o mais brutal e criminoso regime político-social dos tempos modernos! Quando ocorre a vitória sobre as tropas racistas na Batalha de Cuito Cuanavale, Mandela, ao livrar-se dos 27 anos de prisão, cunhou uma frase que define com a energia de um raio, a função histórica de Cuba: “ A Batalha de Cuito Cuanavale foi o começo do fim do Apartheid. Devemos isto a Cuba”.

Diante dos ataques da mídia contra Cuba, Dilma, em Havana, reagiu apontando os telhados de vidro dos que querem ser campeões em direitos humanos mas mantém um centro de torturas em Guantânamo e multiplica o assassinato de civis, inclusive crianças, por meio de seus drones macabros. E o Brasil segue aprofundando sua cooperação com Cuba e consolidando a integração solidária e democrática por meio do Mercosul, da Unasul e da Celac, presidida por Cuba, com sua generosidade e humanismo, e sem a presença arrogante e imperial dos EUA. A diplomata da desintegração, aqui no Brasil, está fadada ao fracasso.

*Jornalista, Membro da Junta Diretiva da Telesur.
Postado em 23/02/2013 ás 18:30

Fonte: NESCUBA via e-mail

Em junho: XXI CONVENÇÃO NACIONAL DE SOLIDARIEDADE A CUBA



A Associação Cultural José Martí-Paraná (ACJM-PR) e o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz-Paraná (CEBRAPAZ-PR), vem convidar sua entidade para a XXI CONVENÇÃO NACIONAL DE SOLIDARIEDADE A CUBA, que será realizado de 06 a 08 de junho de 2013 em Foz do Iguaçu-PR.

Solicitamos a inclusão na Agenda de Lutas 2013 desse importante evento que terá como tema central: a Solidariedade Latino-americana e Caribenha e os subtemas: o Bloqueio Econômico, a Base Militar de Guantánamo, a Guerra Midiática e a Libertação dos Cinco Heróis.

Informamos que os últimos encontros foram realizados em 2011 em São Paulo-SP e em 2012 em Salvador-BA com grande sucesso. Assim, contamos com a sua colaboração na divulgação e na organização da mobilização para o evento.

Atenciosamente,
Manoel Valdemar Barbosa Filho ACJM-PR
Professor Kico CEBRAPAZ-PR

Fonte: NESCUBA

40 perguntas para Yoani Sánchez em sua turnê mundial




Via Opera Mundi

1. Quem organiza e financia sua turnê mundial?

2. Em agosto de 2002, depois de se casar com o cidadão alemão chamado Karl G., abandonou Cuba, “uma imensa prisão com muros ideológicos”, para imigrar para a Suíça, uma das nações mais ricas do mundo. Contrariamente a qualquer expectativa, em 2004, decidiu voltar a Cuba, “barco furado prestes a afundar”, onde “seres das sombras, que como vampiros se alimentam de nossa alegria humana, nos introduzem o medo através do golpe, da ameaça, da chantagem”, onde “os bolsos se esvaziavam, a frustração crescia e o medo se estabelecia”. Que razões motivaram esta escolha?

Agência Efe
Famosa opositora cubana fará seu giro mundial por mais de uma dezena de países do mundo 



3. Segundo os arquivos dos serviços diplomáticos cubanos de Berna, Suíça, e de serviços migratórios da ilha, você pediu para voltar a Cuba por dificuldades econômicas com as quais se deparou na Suíça. É verdade?

4. Como pôde se casar com Karl G. se já estava casada com seu atual marido Reinaldo Escobar?

5. Ainda é seu objetivo estabelecer um “capitalismo sui generis” em Cuba?

6. Você criou seu blog Geração y (Generación Y) em 2007. Em 4 de abril de 2008 conseguiu o Prêmio de Jornalismo Ortega e Gasset, de 15 mil euros, outorgado pelo jornal espanhol El País. Geralmente, este prêmio é dado a jornalistas prestigiados ou a escritores de grande carreira literária. É a primeira vez que uma pessoa com seu perfil o recebe. Você foi selecionada entre cem pessoas mais influentes do mundo pela revista Time (2008). Seu blog foi incluído na lista dos 25 melhores blogs do mundo pela cadeia CNN e pela revista Time (2008), e também conquistou o prêmio espanhol Bitacoras.com, assim como The Bob’s (2008). El País lhe incluiu em sua lista das cem personalidades hispano-americanas mais influentes do ano 2008. A revista Foreign Policy ainda a incluiu entre os dez intelectuais mais importantes do ano em dezembro de 2008. A revista mexicana Gato Pardo fez o mesmo em 2008. A prestigiosa universidade norte-americana de Columbia lhe concedeu o prêmio María Moors Cabot. Como você explica esta avalanche de prêmios, acompanhados de importantes quantias financeiras, em apenas um ano de existência?

7. Em que emprega os 250 mil euros conseguidos graças a estas recompensas, um valor equivalente a mais de 20 anos de salário mínimo em um país como França, quinta potencia mundial, e a 1.488 anos de salário mínimo em Cuba? 

8. A Sociedade Interamericana de Imprensa, que agrupa os grandes conglomerados midiáticos privados do continente, decidiu nomeá-la vice-presidente regional por Cuba de sua Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação. Qual é seu salário mensal por este cargo?

9. Você também é correspondente do jornal espanhol El País. Qual é sua remuneração mensal?

10. Quantas entradas de cinema, de teatro, quantos livros, meses de aluguel ou pizzas pode pagar em Cuba com sua renda mensal?

11. Como pode pretender representar os cubanos enquanto possui um nível de vida que nenhuma pessoa na ilha pode se permitir levar?

12. O que faz para se conectar à Internet se afirma que os cubanos não têm acesso e ela?

13. Como é possível que seu blog possa usar Paypal, sistema de pagamento online que nenhum cubano que vive em Cuba pode utilizar por conta das sanções econômicas que proíbem, entre outros, o comércio eletrônico?

14. Como pôde dispor de um Copyright para seu blog “© 2009 Generación Y - All Rights Reserved”, enquanto nenhum outro blogueiro cubano pode fazer o mesmo por causa das leis do embargo?

15. Quem se esconde atrás de seu site desdecuba.net, cujo servidor está hospedado na Alemanha pela empresa Cronos AG Regensburg, registrado sob o nome de Josef Biechele, que hospeda também sites de extrema direita?

16. Como pôde fazer seu registro de domínio por meio da empresa norte-americana GoDady, já que isto está formalmente proibido pela legislação sobre as sanções econômicas?

17. Seu blog está disponível em pelo menos 18 idiomas (inglês, francês, espanhol, italiano, alemão, português, russo, esloveno, polaco, chinês, japonês, lituano, checo, búlgaro, holandês, finlandês, húngaro, coreano e grego). Nenhum outro site do mundo, inclusive das mais importantes instituições internacionais, como por exemplo as Nações Unidas, o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional, a OCDE ou a União Europeia, dispõem de tantas versões linguísticas. Nem o site do Departamento de Estado dos Estados Unidos, nem o da CIA dispõem de igual variedade. Quem financia as traduções?

18. Como é possível que o site que hospeda seu blog disponha de uma banda com capacidade 60 vezes superior àquela que Cuba dispõe para todos os usuários de Internet?

19. Quem paga a gestão do fluxo de mais de 14 milhões de visitas mensais?

20. Você possui mais de 400 mil seguidores em sua conta no Twitter. Apenas uma centena deles reside em Cuba. Você segue mais de 80 mil pessoas. Você afirma “Twitto por sms sem acesso à web”. Como pode seguir mais de 80 mil pessoas sem ter acesso à internet?

21. O site www.followerwonk.com permite analisar o perfil dos seguidores de qualquer membro da rede social Twitter. Revela a partir de 2010 uma impressionante atividade de sua conta. A partir de junho de 2010, você se inscreveu em mais de 200 contas diferentes do Twitter a cada dia, com picos que podiam alcançar 700 contas em 24 horas. Como pôde realizar tal proeza?

22. Por que cerca de seus 50 mil seguidores são na verdade contas fantasmas ou inativas? De fato, dos mais de 400 mil perfis da conta @yoanisanchez, 27.012 são ovos (sem foto) e 20 mil têm características de contas fantasmas com uma atividade inexistente na rede (de zero a três mensagens mandadas desde a criação da conta).

23. Como é possível que muitas contas do Twitter não tenham nenhum seguidor, apenas seguem você e tenham emitido mais de duas mil mensagens? Por acaso seria para criar uma popularidade fictícia? Quem financiou a criação de contas fictícias?

24. Em 2011, você publicou 400 mensagens por mês. O preço de uma mensagem em Cuba é de 1,25 dólares. Você gastou seis mil dólares por ano com o uso do Twitter. Quem paga por isso?

25. Como é possível que o presidente Obama tenha lhe concedido uma entrevista, enquanto recebe centenas de pedidos dos mais importantes meios de comunicação do mundo?

26. Você afirmou publicamente que enviou ao presidente Raúl Castro um pedido de entrevista depois das respostas de Barack Obama. No entanto, um documento oficial do chefe da diplomacia norte-americana em Cuba, Jonathan D. Farrar, afirma que você nunca escreveu a Raúl Castro: “Ela não esperava uma resposta dele, pois confessou nunca tê-las enviado [as perguntas] ao presidente cubano. Por que mentiu?

27. Por que você, tão expressiva em seu blog, oculta seus encontros com diplomáticos norte-americanos em Havana?

28. Entre 16 e 22 de setembro de 2010, você se reuniu secretamente em seu apartamento com a subsecretaria de Estado norte-americana Bisa Williams durante sua visita a Cuba, como revelam os documentos do Wikileaks. Por que manteve um manto de silêncio sobre este encontro? De que falaram?

29. Michael Parmly, antigo chefe da diplomacia norte-americana em Havana afirma que se reunia regularmente com você em sua casa, como indicam documentos confidenciais da SINA. Em uma entrevista, ele compartilhou sua preocupação em relação à publicação dos cabos diplomáticos norte-americanos pelo Wikileaks: “Eu me incomodaria muito se as numerosas conversas que tive com Yoani Sánchez forem publicadas. Ela poderia sofrer as consequências por toda a vida”. A pergunta que imediatamente vem à mente é a seguinte: quais são as razões por que você teria problemas com a justiça cubana se sua atuação, conforme afirma, respeita o marco da legalidade?

30. Continua pensando que “muitos escritores latino-americanos mereciam o Prêmio Nobel de Literatura mais que Gabriel García Márquez”?

31. Continua pensando que “havia uma liberdade de imprensa plural e aberta, programas de rádio de toda tendência política” sob a ditadura de Fulgencio Batista entre 1952 e 1958?

32. Você declarou em 2010: “o bloqueio tem sido o argumento perfeito do governo cubano para manter a intolerância, o controle e a repressão interna. Se amanhã as suspenderem as sanções, duvido muito que sejam vistos os efeito”. Continua convencida de que as sanções econômicas não têm nenhum efeito na população cubana?

33. Condena a imposição de sanções econômicas dos Estados Unidos contra Cuba?

34. Condena a política dos Estados Unidos que busca uma mudança de regime em Cuba em nome da democracia, enquanto apoio as piores ditaduras do Oriente Médio?

35. Está a favor da extradição de Luis Posada Carriles, exilado cubano e ex-agente da CIA, responsável por mais de uma centena de assassinatos, que reconheceu publicamente seus crimes e que vive livremente em Miami graças à proteção de Washington?

36. Está a favor da devolução da base naval de Guantánamo que os Estados Unidos ocupam?

37. Você é favorável à libertação dos cinco presos políticos cubanos presos nos Estados Unidos desde 1998 por se infiltrarem em organizações terroristas do exílio cubano na Florida?

38. Em sua opinião, é normal que os Estados Unidos financiem uma oposição interna em Cuba para conseguir “uma mudança de regime”?

39. Em sua avaliação, quais são as conquistas da Revolução Cubana?

40. Quais interesses se escondem atrás de sua pessoa?

Fonte: Solidários

Alguns esclarecimentos sobre o acesso a internet em Cuba


Desmistificando a questão da internet em Cuba:

1 - O bloqueio dos Estados Unidos contra Cuba proibe que empresas de qualquer país do mundo comercializem com a ilha produtos ou serviços que contenham a partir de 10% de produtos ou tecnologia estadunidense. 

2 - Consequentemente, Cuba não pode se conectar aos cabos de fibra ótica que partem dos EUA para a América Latina e que possibilitam o acesso à internet de banda larga. 

3 - Por isso, o que tem lá é internet discada que, além de mais lenta, é muito mais cara.

4 - Como a internet discada é muito cara e Cuba é um país pobre, como o são todos os da América Latina (Cuba seria bem menos se não fosse o bloqueio), então a prioridade de acesso à internet é dada a instituições estratégicas, como hospitais, universidades, forças armadas, imprensa e centros de investigação científica. 

5 - Para fazer propaganda internacional contra a ilha, os EUA acusam o governo cubano de censurar o acesso à internet, quando na verdade são eles os responsáveis pelas dificuldades de acesso existente no país.

Por: André Luiz Furtado via Facebook

Cuba: Único país da América Latina livre das drogas


Apesar de sua posição geográfica e das complexidades que envolvem o fenômeno do narcotráfico, a vontade política de suas autoridades e participação popular fazem de Cuba um país não produtor, que não serve de rota ou armazenagem  e nem é grande consumidor de drogas.

Trata-se de uma ilha longa e estreita, com 123.000 quilômetros quadrados de mar territorial e 5.746 quilômetros de costa, localizado em uma região em que todos os meses passam dezenas de toneladas de cocaína e maconha.

Ademais, está encravado no Golfo do México, ao norte dos produtores de narcóticos e ao sul dos Estados Unidos, de longe o principal destino das substâncias ilícitas em todo o mundo.

Não são essas as únicas ameaças em um mundo no qual, segundo o último relatório do International Narcotics Control (entidade da Organização das Nações Unidas), cerca de 210 milhões de pessoas, entre 15 e 64 anos usaram drogas em 2011, representando cerca de 5% da população adulta do mundo.


(Embora se tenha negado a estabelecer um acordo bilateral com Cuba, os Estados Unidos reconhecem que o Governo de Havana não estimula, nem facilita a produção de qualquer entorpecente ilícito).

Também é um desafio cada vez mais difícil  detectar os métodos de dissimulação do tráfico de drogas, que vão desde a utilização de submarinos  até ao uso da cocaína líquida ou preta, inserida em cavidades do corpo ou objetos, destinados a driblar os controles das forças de segurança.

Para o secretário da Comissão Nacional de Drogas, do Ministério da Justiça, Israel Ybarra, vários são os elementos que permitiram que, em tal cenário complexo, o flagelo das drogas fique afastado do território cubano.

Desde Sierra Maestra - de onde os soldados rebeldes perfilaram o triunfo da Revolução Cubana em 1959 -  ficou claro o compromisso de enfrentar o narcotráfico, o que se somou, nas últimas décadas, o apoio público e a consolidação de um sistema integrado voltado para a prevenção e enfrentamento frontal do problema, disse Ybarra.

Ele também destacou, em entrevista à televisão local, o papel da Comissão Nacional de Drogas, um órgão criado em 1989 com o objetivo de coordenar as políticas e que tem entre seus membros representantes dos  ministérios da Justiça, Interior, Relações Exteriores, Saúde e Educação e da Alfândega Geral da República e  sua Procuradoria e, ainda, o apoio de organizações civis.

De acordo com o funcionário, outra força da ilha é a sua integração em mecanismos multilaterais para combater o flagelo.

Cuba assinou três das melhores convenções mundiais estabelecidas sobre narcóticos (que datam de 1961, 1971 e 1988), e estabeleceu acordos com 36 países, de quatro continentes, a respeito do assunto.

(A posição geográfica de Cuba é o seu maior risco, localizado ao norte dos produtores de drogas -México - e Sul dos maiores consumidores - Estados Unidos).

Ybarra mencionou os acordos e memorandos com a Argentina, Bahamas, Brasil, Cabo Verde, Canadá, Chile, Chipre, Equador, Espanha, Itália, Jamaica, Laos, México, Mongólia, Reino Unido, República Dominicana, Tanzânia, Turquia e Venezuela. Ele acrescentou: "estamos em  processo de outros oito acordos".

Todos estes passos expostos ganharam reconhecimento internacional e fizeram surgir a proposta de considerar Cuba como um exemplo de referência regional para o combate ao tráfico de drogas.

Os números e as tendências

De acordo com o Chefe de Enfrentamento Antidrogas do Ministério do Interior, o coronel Domingo Alvarez Ibanez, o principal perigo para Cuba vem da sua posição geográfica e as correntes oceânicas, o que atrai para as suas costas os "regalos" (pacotes com cocaína e maconha).

Os traficantes de drogas jogam de aeronaves ou lançam de navios-mãe os pacotes de entorpecentes nas águas do Caribe, com o objetivo de lanchas, iates e barcos de pesca os pegaram e darem seu destino. A partir desta situação, uma grande quantidade de drogas recuperadas é desses "regalos", que são recuperados pela ação conjunta da guarda costeira e da população organizada, nos chamados destacamentos "mirando al mar".

Em 2011, Cuba interceptou 9,1 toneladas de substâncias ilícitas, a maior quantidade na última década, enquanto no início de 2012, cerca de 500 quilos foram apreendidos, disse Ibanez na televisão local. Ele relatou que no ano passado foram encontrados 399 "regalos" e neste ano, 40.

Pessoas de várias idades participam com a Guarda Costeira na detecção de pacotes trazidos pelas correntes, ações encaminhadas para impedir a entrada de narcóticos no território nacional cubano.

(A população cubana também se envolve no combate  ao tráfico, identificando os "regalos" de  cocaína e maconha que são arrastados para suas costas, por correntes marítimas).

A eficácia deste mecanismo leva escassez ao já pouco significativo mercado de substâncias ilegais, do qual se abastece da maconha plantada por alguns indivíduos e da droga que entra via aérea.

Sobre a situação interna, Ibanez destaca a eficácia da "Operação Coraza Popular", em que - como o próprio nome indica - coordena esforços há vários anos durante vários anos em bairros e cidades, forças de segurança e cidadãos, que - enfatiza - possuem uma cultura generalizada de rejeição ao tráfico e ao consumo de drogas. O indicador claro da situação atual na ilha, quanto ao consumo doméstico, é a apreensão de apenas 70 quilos de drogas, entre 2011 e 2012, sinal inequívoco da escassez desse mercado.

Quanto à via aérea, o coronel do Ministério do Interior divulgou a neutralização de 22 operações, em 2011, com 27 pessoas detidas e 31,5 quilos apreendidos, enquanto que em 2012 foram frustradas 13 ações, com 26 pessoas presas e 9 quilos interceptados.

Na proteção da fronteira aérea de Cuba desempenha um papel importante a Alfândega Geral da República, um órgão equipado com as mais modernas tecnologias de detecção de drogas.

A diferença de outros países, onde o objetivo principal é o recolhimento de impostos, a alfândega cubana prioriza o enfrentamento de atividades ilegais, como o tráfico de drogas, salientou o tenente-coronel William Perez, vice-chefe da instituição.

De acordo com o oficial, entre as atuais tendências do fenômeno do tráfico nos aeroportos da ilha se destacam o aumento de casos para o mercado interno e os que intentam introduzir drogas nos Estados Unidos.

Este cenário corresponde à limitada disponibilidade de drogas no país, porque no passado a maioria das operações atingia o tráfico para os grandes consumidores (Estados Unidos e Europa).

Perez explicou que nos últimos anos tem aumentado a complexidade do modus operandi e as rotas utilizadas pelos criminosos para tentar burlar os controles.

"Nós interceptados vários casos de cocaína líquida, escondidas nas bagagens de visitantes", disse.

A partir desta situação, a Alfândega utiliza diversas técnicas modernas de interceptação, tais como a radiação e IonsCan (equipamento capaz de detectar vestígios de substâncias na ordem de nanogramas e pictogramas).

De acordo com o vice-diretor da Alfândega, também empregam unidades de cinófilas, compostas de guias e cães treinados para detectar maconha, cocaína e heroína em navios, aeronaves, cargas, pessoas e bagagens.

EUA, Cuba e a politização da guerra contra as drogas

Desde meados de 1980, e da decisão do então presidente Ronald Reagan, o tráfico de drogas representa para EUA uma questão de segurança nacional.

Posições unilaterais como a certificação de drogas; relatórios de avaliação do resto das nações, a partir da perspectiva de Washington; e sanções aos países com políticas diferentes da Casa Branca, marcam as sucessivas administrações dos EUA.

No caso de Cuba, os EUA não aceitaram a assinatura de um instrumento bilateral para coordenar as ações na luta contra o tráfico de drogas, relatou o secretário da Comissão Nacional de Drogas, Israel Ybarra.

De acordo com o funcionário do Ministério da Justiça, em 2001, Cuba apresentou um projeto de acordo, reiterado várias vezes ao governo dos EUA, sem resposta até agora, embora recentemente o Departamento de Estado dissesse que estava estudando.

A atual cooperação é caso a caso, através de um oficial de ligação da Guarda Costeira cubana presente no Escritório de Interesses dos Estados Unidos (SINA), em Havana. Porém, deveria ser mais ampla, especialmente para o benefício dos Estados Unidos, maior consumidor de drogas do mundo.

Durante décadas, a orientação política dos governos tem influenciado as relações de Washington com a comunidade internacional sobre narcóticos. 

Nações inseridas em processos revolucionários caracterizados pela defesa da soberania e autodeterminação foram acusadas pela Casa Branca de uma suposta tolerância e cumplicidade com o tráfico de entorpecentes.

Para muitos, os Estados Unidos não tem autoridade moral para julgar os outros em uma questão tão sensível.



                   (A sociedade cubana, sem graves problemas com a dependência de substâncias ilícitas).

As maiores taxas mundiais de consumo de drogas, mortes por overdose, produção de maconha transgênica e envolvimento do sistema financeiro na lavagem de dinheiro, sugerem que a nação estadunidense deveria primeiro olhar para si mesma.

Contra Cuba não faltou mentiras e acusações, mas em seu último relatório sobre o tráfico de drogas, o Departamento de Estado dos EUA reconheceu os esforços e resultados da ilha.

Washington admite que o governo de Havana não incentiva ou facilita a produção ilícita ou a distribuição de entorpecentes e aplica penas severas para traficantes de drogas.

Ainda, assinala a ausência de grandes cultivos ilegais e mercado interno, o que "evita que o problema das drogas tenha um impacto significativo na ilha."

No relatório, os EUA também reconhecem a proposta cubana de assinar um acordo bilateral antidrogas e o proveito de uma maior cooperação regional.