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Os mecanismos usados pelo imperialismo para impulsionar a venda de armas

O monopólio tecnológico, a chantagem diplomática, o incitamento de guerras e as agressões militares estão entre os principais expedientes adotados

O imperialismo usa vários mecanismos para impulsionar a venda de armas e manter o dinamismo do complexo industrial-militar. Os principais deles são o monopólio tecnológico, a chantagem diplomática, o incitamento de guerras e as agressões militares. Os EUA, além de possuírem o maior orçamento militar do mundo, detém o monopólio da tecnologia militar de ponta, seguidos pelos demais países imperialistas europeus, muito à frente dos países atrasados produtores de armas.

Um dos principais objetivos do Departamento de Estado dos EUA é garantir contratos de vendas de armas no exterior, 75% dos quais têm como destino os países atrasados. O Departamento de Defesa tem um departamento cuja função é promover a venda de armas. Muitos dos créditos e empréstimos internacionais, mascarados como ajuda para o desenvolvimento, assim como os subsídios para as multinacionais imperialistas, estão vinculados à compra de armas. Segundo estimativas do próprio Departamento de Comércio dos EUA, a metade das “luvas” (que, em verdade, é corrupção direta), nas transações comerciais no mercado mundial, está relacionada com a venda de material bélico. No Reino Unido, essas “luvas” possibilitavam descontos no pagamento de impostos até o ano 2001.

O imperialismo norte-americano dividiu o controle militar do mundo em comandos regionais, onde cada comandante (denominado Cinc) detém altíssimos recursos e autonomia operacional, e mantém mais de mil bases militares ao redor do mundo.

Um gigantesco número de mercenários, os chamados PMC (Private Military ou Empresas de Segurança) atuam em praticamente todos os países do mundo e tem se transformado num mecanismo para repassar centenas de bilhões por ano para as multinacionais imperialistas. A Xe Services (Backwater, até 2009) foi uma das 60 PMCs contratadas no Iraque, que, de acordo com documentos revelados pelo Wikileaks, são responsáveis por diversos abusos e assassinatos de civis. Em 2007, uma comissão do Congresso dos EUA revelou que o governo estaria pagando US$ 1.222 por dia por cada funcionário da Blackwater. Junto com a Raytheon, Lockheed Martin, Northrop Grumman, OHI, e Arinc, ela possui um contrato de cinco anos com o Departamento de Defesa, programa de contra-narcóticos, por US$ 15 bilhões. No Afeganistão, estima-se que atuem mais de 150.000 contratistas (mercenários).

Nunca o mundo vivenciou um número tão alto de guerras como nos últimos trinta anos. Entre 1940 e 1996, os EUA gastaram pelo menos US$ 5,5 trilhões no programa de armas nucleares, além de US$ 320 bilhões em custos de armazenamentos e logística e US$ 20 bilhões no desmantelamento de armas obsoletas. Isto representou quase 30% do orçamento militar do período estimado em US$ 18,7 trilhões. O custo da Segunda Guerra Mundial foi de US$ 3,2 trilhões em dólares de 2007. O da Guerra do Vietnam US$ 670 bilhões, da Primeira Guerra Mundial US$ 364 bilhões, a Guerra de Coréia US$ 295 bilhões, a Guerra do Golfo US$ 94 bilhões, e as guerras do Iraque e Afeganistão têm consumido pelo menos US$ 3 trilhões, até o presente momento, e têm se transformado numa das principais causas da crise do imperialismo. O custo das guerras na África desde 1990 ultrapassa os US$ 300 bilhões, o equivalente a toda a ajuda destinada ao desenvolvimento do continente no mesmo período.

Devido ao esgotamento do capitalismo, e a tendência à queda das taxas de lucro, que tem na sua origem o chamado aumento da composição orgânica do capital (aumento do capital constante frente à mão de obra impulsionado pela concorrência, conforme foi explicado detalhadamente por Karl Marx no seu livro O Capital), os especuladores financeiros, que dominam o mundo, buscam manter altas taxas de lucro através da especulação financeira, a venda de armas e as atividades ilícitas, tais como o tráfego de drogas e a prostituição, que, conforme tem sido revelado nos últimos anos, é controlado, principalmente, pelas agências do governo e principais bancos dos EUA.

O aumento dos gastos militares nos países atrasados, sob a campanha do chamado “combate ao terror”, é uma política orquestrada pelo imperialismo que tem provocado o aumento considerável da miséria, a fome, assim como o reaparecimento de doenças que já tinham desaparecido; as Nações Unidas calculam que mais de 1.2 bilhões de pessoas vivem com menos de US$ 1 dólar por dia. Os verdadeiros objetivos dessa política são a tentativa de repassar o custo da crise dos países centrais para os países atrasados, e, ao mesmo tempo, tentar conter o movimento de massas revolucionário que continua crescendo perante o aprofundamento da crise capitalista. Os altos preços do petróleo e dos alimentos, provocados principalmente pela especulação nos mercados futuros, andam em paralelo com o aumento da repressão contra as massas das cidades e do campo. A classe operária mundial está no centro do alvo do imperialismo em um período em que se aprofunda a luta aberta entre a burguesia e o proletariado mundial.

Fonte: PCO

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