"Quando a miséria se
multiplica ea esperança foge do coração dos homens, é só a Revolução." - Niemeyer
Laura Bécquer Paseiro
A curva livre e
sensual definiu-o como um arquiteto. A paixão pelos mais humildes, como revolucionário.
O arquiteto Oscar Ribeiro de Almeida Niemeyer Soares, que morreu na
quarta-feira aos 104 anos, fez de seu Brasil um país de sonho e da América
Latina, o seu reino.
NIEMEYER (esquerda), junto
ao Comandante em
Chefe Fidel Castro.
Delineou, como os
contornos de seus edifícios, grande parte da identidade nacional brasileira e
latino-americana.
Em 1940, ele conheceu
o prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek, que o convidou para
projetar uma igreja e um casino, às margens do Lago da Pampulha. Para 1956 o
convidar a trabalhar no que seria seu criação mais significativa e completa: a
cidade de Brasília, capital federal do Brasil, ele projetou com seu colega
Lúcio Costa. Foi o começo de um estilo que iria colocá-lo na vanguarda da
arquitetura moderna, e na exploração das possibilidades construtivas e
plásticas do concreto.
De sua obra, diria: "Não é o ângulo reto que me atrai,
nem a linha reta, dura e inflexível, criada pelo homem que me atrai é a curva
livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas de meu país, no curso
sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. De
curvas é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein. "
Obra de Niemeyer
dedicada a resistência da revolução cubana.
Sobre essa fascinação
do artista, o escritor Eduardo Galeano disse: "Niemeyer odeia por igual o
capitalismo e o ângulo reto. Contra o imperialismo, não é muito o que pode
fazer. Mas contra o ângulo reto, opressor do espaço, triunfa sua arquitetura livre
e sensual e leve como as nuvens. "
No entanto, esta lenda
da arquitetura considerava que sua maior obra foi entrar no Partido Comunista
Brasileiro, que ele fundou com Luís Carlos Prestes. Quando, em 1964, a ditadura militar
foi instaurada no Brasil, seu escritório no Rio foi invadido e saqueado e seus
projetos rechaçados. No exílio na Europa iniciou uma nova etapa de sua vida e
obra. Niemeyer só voltou a viver permanentemente no Brasil na década de
oitenta, após a abertura política.
O imperialismo não perdoa
Cuba nem a Fidel
Especial também foi
sua amizade com Fidel Castro e a Revolução Cubana. Do processo indicou que o
nosso país "sempre soube transformar reveses em vitórias."
Tal era a sua admiração
pela luta e a Revolução, que um de seus últimos trabalhos, localizado na praça
central da Universidade de Ciências da Computação de Havana, é um monumento contra
o bloqueio econômico a Cuba.
Com formas de aço
ovais e olhando para o céu, o desenho da escultura é um monstro boca aberta e
um cubano de bandeira em punho enfrentando-o. O trabalho se assemelha a uma
espécie de David contra Golias, como um símbolo da resistência cubana.
Fidel, em uma carta de
agradecimento, expressou sua crença de que o projeto seria "um reflexo das
idéias que eles compartilham e por que eles sempre lutaram."
Niemeyer, e seus
incrivelmente lúcidos 104 anos, ontem deixou este mundo para morar
permanentemente na legenda. Certamente não descansa, não poderá fazê-lo até que
desvende a última curva do universo.
Fonte: Granma online
Tradução: Cuba Liberdade
Nenhum comentário:
Postar um comentário